Alimentação Natural para Cães

 

Um dos assuntos mais atuais e polêmicos, que vem despertando muita curiosidade entre médicos veterinários e proprietários, é o uso de Alimentos Naturais como base da alimentação dos cães.

Na verdade esse método já era muito utilizado na “época dos nossos avós” onde geralmente era oferecido restos de alimentos.

Com a modernidade e a falta de tempo, os produtos comercias prontos a base de proteína, carboidratos, fibras e gorduras foram tomando parte do mercado, como fonte de alimentação para nossos pets.

O que poucos sabem é que esses derivados na verdade são sub – produtos de origem animal e vegetal. Por exemplo, os sub – produtos de farinha de origem animal muitas vezes são cascos, chifres, pele, pena, vísceras, etc, tudo o que seria descartado por ser inviável para o consumo humano é reutilizado na indústria de nutrição pet. O tipo de carboidrato utilizado nessa indústria geralmente é o milho, o qual é um tipo de grão que possui pouquíssima ou quase nenhuma digestibilidade para o trato gastro – intestinal (TGI) dos cães. Esses alimentos também são riquíssimos em gordura que é o atrativo para eles.

Falando em digestibilidade, cães e gatos são animais que vieram do deserto, e o seu TGI não é adaptado para esse tipo de alimentação artificial e seca.

Você já percebeu que a maioria dos pacotes de alimentos artificiais industrializados para o consumo pet possui um triângulo amarelo? Você sabe qual o seu significado?

Transgênicos: alimentos modificados geneticamente

Além de todos os aditivos químicos. São eles: corantes, espessantes, palatabilizantes, aromatizantes, umectantes, emulsificantes, acidificantes, antiumectantes, estabilizantes, intensificadores de sabor.

Na minha concepção de médica veterinária e proprietária de cão e gato, não tem como um alimento produzido em indústria e cheia de conservantes químicos ser mais saudável que um alimento fresquinho e recém feito com amor e carinho por você e balanceado e prescrito pelo médico veterinário.

Um alimento feito em casa não é lucrativo para as indústrias e comércios de produtos pet.

A idéia que se vende para todos esses consumidores é que a ração é a melhor fonte de alimento, a mais balanceada e a nutritiva. Tenho certeza que pelo menos uma vez você escutou seu médico veterinário dizendo que seu animal só pode comer ração e que está proibido oferecer qualquer outro tipo de alimento. Estou correta? Eu também, ainda quando era somente estudante de veterinária ou até mesmo médica recém formada, atuando na área, também defendia essa idéia. Até que a Medicina Tradicional Chinesa entrou na vida. Comecei a estudar Acupuntura e Fitoterapia Chinesa. Comecei a observar o excesso de medicamentos que eram prescritos em escalas abundantes e que muitas vezes não produziam efeitos satisfatórios. A partir desse momento eu comecei a formular dietas para a minha própria cadela. Fui estudar no Estados Unidos com uma professora muito especial que me mostrou a Alimentação Natural dentro da Medicina Tradicional Chinesa e esse foi o segundo passo para eu entrar no mundo da Dietoterapia. Fiz vários Cursos e hoje ministro vários deles para médicos veterinários no Brasil e no exterior.

As reclamações mais frequentes do SAC das indústrias de alimentos artificiais pet são:

1º Alimento com mofo (visual);

2º Baixo consumo ou rejeição ao alimento;

3º Diarréia/ fezes úmidas;

4º Vômito;

5º Pelagem com baixa qualidade;

6º Baixa imunidade;

7º Problemas renais;

8º Problemas articulares;

9º Outros.

Acho interessante quando por exemplo, um cão possui uma gastroenterite (vômito e diarréia) é pedido para que se tire a ração e ofereça um alimento leve como a canja (arroz com frango) para a melhora desses sintomas. Por que não continuam com o alimento artificial? Porque não faz bem.

Sou defensora da Alimentação Natural ser a melhor fonte de alimento para os animais. E sempre serei. Porém não é qualquer alimento que pode ser oferecido para eles. Tudo deve ser avaliado. Por exemplo, um animal saudável terá proporções de carboidratos, proteínas e fibras totalmente diferente de um cão insuficiente renal. Por isso, antes de tudo, é necessário que seja feita uma avalição médica, consulta, exame físico e complementar para um diagnóstico preciso. Assim sendo, para um paciente saudável ou com alguma patologia, sua dieta será direcionada especialmente para cada situação. É necessária a avaliação do profissional, e nesse caso, é o médico veterinário.

Qual das opções você acha ser mais natural e saudável para seu melhor amigo?

 

Muito mais feliz o cachorrinho que tem o dono que respondeu a Opção B.

Muitos dos quadros de dermatites alérgicas possuem como sinais clínicos clássicos prurido (coceira) intenso e lesões de pele como seborréia e pústulas. Essas são as queixas principais diante de um problema de pele no consultório veterinário. Posso dizer que pelo menos 80% desses casos são dermatites alérgicas aos aditivos químicos da ração.

A troca da alimentação pode ser feita de uma maneira gradativa e progressiva ou ser retirada de uma única vez. Mas caso seja necessário voltar para a ração, como por exemplo por motivo de viagem, essa transição deve ser feita novamente de uma maneira lenta e gradativa totalizando 7 dias de reintrodução.

Os principais benefícios da Alimentação Natural são:

  1. Favorece beleza e saúde da pele e da pelagem;
  2. Reduz consideravelmente a queda de pêlos, graças ao alto teor de proteínas nobres;
  3. Proporciona nutrientes que protegem as articulações;
  4. Aumenta naturalmente a imunidade;
  5. Livre de conservantes, corantes, flavorizantes e outros aditivos artificiais;
  6. Reduz o risco de formação de cálculos urinários e infecção urinária, em função do alto teor de umidade;
  7. Ajuda a manter o peso ideal e a massa magra naturalmente;
  8. Favorece a produção de células vermelhas do sangue;
  9. Traz muito mais disposição e vitalidade;
  10. Diminui a sede excessiva e produção de urina e fezes.

Os alimentos contra indicados para cães e gatos são:

  • Chocolate:

-Contém teobromina, que não é metabolizada pelo cão, pode causar uma variedade de problemas pela diminuição do fluxo sanguíneo ao cérebro (devido seu acúmulo);

-Rapidamente absorvida após a ingestão e logo começa a estimular o cérebro e o coração, podendo desencadear arritmias cardíacas e o pâncreas pelo alto teor de gorduras;

-Encontrado tanto no chocolate branco quanto escuro;

-Literatura informa que são necessários de 100 a 150 gramas de chocolate por Kg de peso do animal para intoxicá-lo gravemente;

-Sintomas: taquicardia, excitação, distensão abdominal, espasmos musculares, vômitos, diarréia, aumento no consumo de água e da temperatura podem surgir com a ingestão de pouco mais da metade dessa quantidade.

  • Batatas, inhame, mandioquinha, cará crus e suas cascas:

– Apresentam solamina, uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e provocar distúrbios gastrointestinais e oxalatos, que podem afetar os sistemas nervosos e urinários;

  • Abacate:

-Contém persina, uma substância que pode causar desarranjos gastrointestinais.

  • Linhaça crua:

-Contém ácido erúcico, que pode intoxicar;

  • Macadâmia:

-Possui uma toxina ao cão que pode afetar o sistema nervoso e muscular causando até paralisia;

  • Uva e uva passa:

-Possuem toxina (não identificada) para o cão que pode afetar o rim causando IRA;

  • Cebola:

-35% de cebola na alimentação é tóxica;

-Tanto cru quanto cozido contêm sulfoxidos e disulfídeos, como n-propil-dussulfito, que afetam as hemácias causando anemia hemolítica;

  • Alho:

-Considerado um ATB natural, mas 70% de alho na alimentação é tóxico, também causando anemia;

  • Ovo cru:

-Contém uma enzima chamada Avidina, que reduz a absorção da Biotina (vitamina B), que pode levar à problemas de pele;

-Ovos crus também podem conter Salmonela

  • Noz-moscada:

-Pode causar tremores e danos do sistema nervoso central.

 

Os nossos queridos animais são muito mais do que simples animais. Eles ganharam um lugar especial. Hoje são membros da família. Eles saíram dos quintais e foram para dentro de casa e para dentro dos nossos corações. E a sua alimentação deve ganhar uma atenção especial também.

Se você está disposto a mudar a vida do seu melhor amigo, adote a Alimentação Natural como fonte de nutrição e prevenção de futuras enfermidades. Converse com o seu médico veterinário e procure um especialista.

 

Carolina C. T. Haddad

Médica Veterinária Especializada em Medicina Tradicional Chinesa

 

Cookies de maçã

Que tal aprender uma receita de biscoito canino de maçã natural?
Gostou da idéia? Veja aqui e compartilhe essa idéia. Sem conservantes, fácil de fazer e eles vão adorar.

Receita:

– 1 maçã
– 5g de maçã desidratada
– 150g de farelo de aveia
– 50g de germen de trigo tostado
– 10g leite em pó desnatado
– 5g melaço
– água filtrada

Lave bem a maçã e corte em pedaços mantendo a casca. Coloque em uma panela, cubra com água fria e cozinhe até que esteja bem macia. Retire a maçã da panela, despreze a água e amasse com um garfo até que fique como um purê. Corte a maçã desidratada em pedaços. Em um recipiente misture o purê de maçã, o farelo de aveia, o germen de trigo e o leite em pó. Acrescente a maçã desidratada e o melaço. Misture bem e adicione a água filtrada pouco a pouco até formar uma pasta espessa que desgrude das mãos. Se necessário acrescente um pouco mais de farelo de aveia. Coloque a massa entre dois plásticos filme e abra com um rolo de massa e corte com o auxílio de um molde. Nessa hora vale a criatividade. Pode ser em formado de ossinho, casinha, bolinha, etc. Coloque os biscoitos em uma assadeira e asse em forno pré aquecido a 160ºC por 20 minutos. Vire cada um deles e asse por mais 20 minutos ou até que esteja ligeiramente dourados e firmes. Bom apetite!

Fonte: Bom pra cachorro. Gastronomia canina. Roberta Sudbrack.

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